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    sexta-feira, 5 de setembro de 2014

    A produção de curtas acadêmicos

    Trabalhar com filmes e documentários exige planejamento, boas ideias e talento. Existem também os projetos acadêmicos, que demandam as mesmas funções, mas desta vez com a orientação de professores, e sem a pressão de agradar ao grande público como nas grandes produções.

    Para a elaboração desse trabalho, tudo depende do tamanho do roteiro e dos custos arcados por uma instituição. De acordo com o estudante de Jornalismo, Márcio Kaviski, a regra principal em cinema na faculdade, assim como em qualquer produção, é o trabalho em grupo, com integração entre os diversos setores existentes. “A arte tem que conversar com a fotografia e esta deve estar sincronizada com a edição. Da mesma forma, a direção de atores precisa se entrosar com a produção.



    Na questão de roteiro, se o roteirista conseguir criar uma história que prenda o espectador, garantir bons patrocínios e ter visibilidade através de festivais, o sucesso pode acontecer.  Por isso uma equipe interessada e que tenha conhecimento sobre o assunto é tão fundamental, principalmente em um trabalho acadêmico. A maior dificuldade é justamente trabalhar com pessoas que talvez não se interessem tanto pelo assunto, pois uma única pessoa acaba acumulando mais de uma função e isso dificulta no trabalho.      Por isso, muitas vezes o resultado de um projeto pode se mostrar bem longe do esperado ou muito desastroso.
    A parte positiva é que, em um curto período de tempo - um curta pode ser realizado por celular e ter 2 minutos ou até ter uma produção maior que dure 30 minutos - pode-se criar muita coisa. Ele pode ter praticamente qualquer forma, mesmo em um contexto estudantil onde já exista uma ideia de projeto ou uma temática definida.

    Um trabalho como esse permite uma criatividade muito ampla, desde a escolha de personagens até os ângulos a serem gravados, e aí passa a ser algo extremamente interessante de se produzir, mesmo para aqueles eatudamtes que não costumam se aprofundar em cinema.

    Outro desafio para alguns alunos, é produzir algo que lhes agrade - visto que cada um tem um perfil e olhar de direção prórios - mas que também supere as expectativas do professor, já que precisam juntamente ao trabalho uma nota adequada para concluírem seus estudos. De acordo com Kaviski, isso não deve ser muito levado em conta na hora de produzir. " Eu acho que fugir da personalidade do diretor não está ligado a agradar o professor ou não. A questão aqui é atender as propostas que voce buscou fazer. O que eu quero dizer é: o que eu quis fazer ? Consegui? Então minha nota deve ser adequada".

    Desta forma, produzir um trabalho de curta ou outro trabalho acadêmico desse tipo proporciona experiências novas e instigadoras, e passa por etapas muito parecidas aos de um trabalho profissional, o que pode levar um estudante a desenvolver um interesse maior pelo cinema, e, possivelmente, desenvolver futuros profissionais da área.



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    Aceito o desafio

    Bons filmes, bons administradores. 

    A realização de uma produção cinematográfica tem como início um roteiro que englobe de forma descritiva o orçamento planejado ao mesmo. O orçamento tem como base três etapas começando com a sua pré-produção, na qual acontecem diversas ações desde o início do levantamento de dados até os contatos com possíveis personagens. Na segunda etapa é realizada a produção, que é baseada no período de gravação, para essa etapa ser bem executada a pré-produção precisa ter sido bem planejada. Enfim a finalização na qual são feitas a edição de todos os fatores do filme.
    No Brasil, a produção de audiovisual vem sendo facilitada por diversos projetos de incentivo, como o Fundo setorial do Audiovisual –FSA, que funciona em conjunto com o Banco BRDE, onde atualmente dispõem de R$1,2 Bilhões para financiar produções brasileiras. Também contam com a Lei do Audiovisual, sob gestão da Agência Nacional do Cinema(Ancine), a Lei n° 8.685/93 regulamenta o investimento na produção e co-produção de obras audiovisuais e na infraestrutura de produção e exibição.

    Orçamentos extraordinários são normais no meio cinematográfico, um exemplo é o filme “Piratas do Caribe- No Fim do Mundo”, seu orçamento foi fechado em US$ 300 milhões, porém sua bilheteria compensou os gastos, chegando a US$ 963 milhões de arrecadação.



    Cena de "Reis e Ratos"

    Cena de "Piratas do Caribe - No Fim do Mundo"




    Se engana quem acha que pequenas produções não podem render um bom trabalho e até mesmo um bom lucro, o filme “Reis e Ratos”, dirigido pelo diretor Mauro Lima que contou com estrelas como Rodrigo Santoro, Selton Mello, Cauã Reymond, entre outros, foi gravado com um orçamento de aproximadamente R$5 milhões e fez grande sucesso no cenário audiovisual.

    No orçamento de um filme é o roteiro quem vai dizer que linhas seguir em questões financeiras, por esse motivo cada um tem suas particularidades, técnicas e artísticas, isso influencia no orçamento final da produção. O diretor Guto Pasko, sócio da GP7 Produções, cita como o processo do roteiro é importante para o orçamento. “Para ter uma ideia do valor final preciso fazer uma decupagem minuciosa do roteiro, como a quantidade de personagens que já vai determinar o número de atores que serão contratados, se for um filme de época, os custos com direção de arte serão muito diferentes se for uma história que se passa na atualidade, a quantidade de cenas do roteiro vai determinar quantas semanas de filmagens aquela história requer e tudo isso reflete nos custos finais. Não dá para errar, pois tudo custa muito”, relata o diretor.
    O diretor ainda cita sua próxima produção, o longa-metragem de ficção, “Entrelinhas”, que tem um orçamento de aproximadamente R$3 Milhões. “É necessário uma boa gestão desse orçamento, se eventualmente uma prestação de contas não é aprovada no final, a produtora simplesmente fica impedida de aprovar novos projetos, por isso tudo precisa ser feito da forma correta do princípio ao fim” diz Pasko.
    Para a produtora executiva Andreia Kaláboa, o grande desafio de conseguir fazer um filme sair do roteiro e do orçamento par atingir um grande sucesso é a falta de oportunidade na distribuição. “O mercado de produção de cinema no Brasil está em um momento importante, pois não nos faltam recursos. A produção cresceu muito, porém ainda dá para contar nos dedos os filmes que conseguem chegar nas salas de cinema comercial. Não falta produção, o grande desafio hoje está na distribuição” afirma Andreia. 

    Saiba mais sobre alguns dos filmes com maior orçamento do mundo aqui: http://filmes.disney.com.br/

    Produção: Agência Vírgula
    Texto: Jheniffer Valentim
    Edição: Ana Beatriz Villas Bôas
    Imagens: Reprodução
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    segunda-feira, 1 de setembro de 2014

    Realidade, Ação!

    A dor e a delicia dos filmes biográficos.

                    Um filme biográfico é um filme que dramatiza a vida de uma personalidade ou pessoa real. Este gênero é fiel aos acontecimentos em todos os aspectos, ou seja, desde características temporais até traços físicos são minuciosamente analisados para que a imitação da realidade possa ser a mais perfeita possível. O olhar desse tipo de produção difere da proposta que procura basear-se em fatos reais. Este último inspira-se em traços marcantes da vida ou do legado do personagem em questão.
                    Cada gênero possui seu público e seu espaço, mas são facilmente confundidos. O cineasta Rafael Alves, sócio da 2c Filmes, produtora localizada em Curitiba, afirma que a construção de um filme biográfico requer muitos investimentos, diferente de uma produção que é apenas baseada em fatos reais. “Quando o filme é biográfico, o cuidado e a atenção precisam ser redobrados, ainda mais se ele trata de uma pessoa muito conhecida. Diferente do filme que é apenas um recorte da realidade, esse garante uma liberdade artística muito maior ao diretor”, esclarece Alves.
                    Os detalhes fazem toda diferença. A maquiadora, Lis Acácia, participou da produção de um curta metragem independente que retratava a vida e obra do artista plástico Poty Lazarroto. “Todo personagem foi maquiado mais de uma vez, e mesmo assim os produtores insistiam em mudar algumas características, em adicionar pelo sintético, em deixar uma área do rosto mais escura, outra mais clara, foi perfeccionismo levado ao extremo,” relata Acácia.

    A biografia de Hannah Arendt não atraiu grande público

     O diretor e roterista Fernando Severo, conta que o mercardo dos filmes biográficos sempre tem uma procura, pois sempre que você biografa alguém é porque essa pessoa tem alguma importância histórica ou social. “Isso sempre atrai núcleos de espectadores prontos para ir atrás desse tipo de entretenimento. Sempre tem um nicho de mercado, ou seja, sempre vão existir pessoas que irão comprar esse tipo de filme, independente da situação”, afirma Severo. “O interesse do publico pelo personagem biografado é que o atrai ao cinema, ou não. Como por exemplo, o filme de Hannah Arendt, uma filósofa alemã, pouco conhecida do grande público, não foi um sucesso de bilhateria, já Getúlio, muito popular no Brasil, está sendo”, completa.


    Tony Ramos interpreta Getúlio Vargas no filme "Getúlio"


    Além disso, as dificuldades em manter a proximidade com as características reais depende muito da complexidade da vida do biografado. “Você pode fazer sobre uma pessoa que morou em um ambiente simples, o que torna a aproximação mais fácil, já os filmes que envolvem fatos históricos são mais complicados. As reconstituições de época são difíceis e bem caras dentro do cinema.”

                    Como podemos ver, os filmes biográficos ou inspirados em fatos reais exigem um custo alto na área cinematográfica, principalmente os filmes que precisam de reconstituição de época, entretanto, filmes desse gênero sempre tem alcance de bilheteria, pois existe um público que está interessado nesse estilo. Em contrapartida, Fernando Severo explica que alguns filmes distorcem bastante a realidade, até por preferência dos familiares e do próprio biografado, para que dessa forma, seja criado uma visão mais idealizada da própria história.


    Confira aqui o trailer de Getúlio,  última produção biográfica do Brasil.

    Produção: Agência Vírgula
    Texto: Fernanda Novaes e Renata Nicolli
    Revisão: Ana Beatriz Villas Bôas
    Imagens: Reprodução
               
    Imagens: Reprodução
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    Remake Agência Vírgula - Melancolia ( 2011 - Lars Von Trier )

    Remake produzido pelo quinto período de Jornalismo da Pontificia Universidade Católica do Paraná, para a disciplina de Cinema, sob a orientação da professora Celina Alvetti.

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    segunda-feira, 17 de março de 2014

    Amor e Inocência; retrato real ou fictício ?

    O filme Amor e Inocência que tem por incentivo retratar uma das histórias da famosa escritora inglesa Jane Austen que tem por seus clássicos da literatura o “Mansfield Park” e também o “Orgulho e preconceito” deixam equívocos na veracidade dos fatos retratados.  

    O filme foi lançado em 2007, conta com a consagrada atriz Anne Hathaway no papel da escritora, a história é contada em 1795 onde a ela começa a se destacar no mundo da arte, Jane está envolvida com seus sonhos, querendo desvendar o mundo, porem os seus pais passam por dificuldades financeiras e estão preocupados em casá-la com um homem rico que melhore a condição de todos da casa.

    Abordando um lado poético do cinema, conta com diversas cenas de demonstração de como uma mulher que pensava e questionava oque era imposto até então poderia ser excluída da sociedade. Diversas cenas contam com exposições de leituras de livros, criações, citações de poesias, entre outras.



    Jane ao longo da historia vai demonstrando como foram criados os seus livros, e em meio a todos os acontecimentos conhece um jovem aventureiro com o qual vive uma intensa paixão, porem sua família já a arranjou com um ricaço da cidade. A história dos dois é entrelaçada entre muitas dificuldades e tristezas. Até que ao tentarem fugir, terminam de vez com o romance, e se encontram somente anos depois em um dos lançamentos da escritora.


    O longa fugiu um pouco da realidade da vida da escritora, porem oque muitos críticos colocam é que ele pode ser comparado ao livro “ Orgulho e Preconceito” já citado no inicio, colocando a diferença que no filme é a escritora que é colocada como a protagonista. 

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    quinta-feira, 13 de março de 2014

    Por trás das lentes

    A fotografia do filme prende o leitor e é capaz de desfrutar das suas melhores percepções
    Responsável por dar “vida” ao filme, a fotografia é um dos principais pontos que devem ser observados e analisados em uma produção, para que o enredo consiga passar a mensagem desejada ao seu público alvo. É a história sendo contada do ponto de vista do diretor de fotografia. A sua importância é tanta, que pode ser considerada responsável pelas sensações sentidas por seus espectadores e por captar a essência de cada ator em sua cena.

             Um exemplo que pode ser dado quando se trata de fotografia do filme é “O palhaço", do diretor Selton Mello, que abusa da fotografia para passar a mensagem desejada. A pouca iluminação em cenas dramáticas passa ao espectador a melancolia do personagem principal, bem como as luzes coloridas ilustram a alegria em cenas do circo. Enquanto a fotografia do filme "Gravidade", vencedor dessa categoria no Oscar, tem um enfoque completamente diferente, que é dar a sensação de como é a iluminação fora da órbita terrestre. A iluminação de Emmanuel Lubezki deu destaque à Terra, paisagem dos astronautas no filme, e brincou com a escuridão do infinito.
    O diretor de fotografia, Ivanir Pereira da Silva, resume seu trabalho em três pontos - "no filme, cabe ao diretor de fotografia definir os enquadramentos, escolher as lentes e definir toda parte de iluminação”, e deste modo, contradiz o que é tratado pela teoria de Inácio Araújo no livro "Cinema – O mundo em movimento". 

             O livro deixa claro que apesar de seu papel fundamental na produção de um filme, os enquadramentos devem e são escolhidos pelo diretor principal, deixando a parte prática com o diretor de fotografia. “A atribuição específica do fotógrafo é iluminar a cena, criar a luz mais adequada aos significados e ao tom geral desejado pelo diretor. Por vezes ouvimos dizer que o filme tem "uma bonita fotografia". Mas o enquadramento, nunca devemos esquecer, deve ser escolhido pelo diretor, e não pelo fotógrafo.", explica o autor em seu livro.

             Pereira destaca também a diferença de um "fotógrafo normal” chamado de “still", que é responsável por captar algumas cenas do filme para usa-las na divulgação do produto.
    De acordo com o fotógrafo Um dos grandes desafios do fotografo dentro de uma produção cinematográfica é extrair por meio das fotos a essência de cada personagem a ser retratado, não se deixando direcionar apenas ao ator em questão. Dessa maneira é preciso analisar qual o momento perfeito para realizar a foto.
    Texto: Lucas Prestes Edição: Renata Nicolli e Ana Beatriz Villas Bôas Imagens: Reprodução
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    quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

    Filmografia e teatralidade

    Do cineasta David Wark Griffith, "O assassinato do Duque de Guise" reivindicava para o cinema uma teatralidade clássica ainda em formação. A teatralidade fundou-se no séc XX pelas grandes produções hollywodianas que distinguiam suas realizações entre o drama, a comédia, o épico e outras características que fazem distinções bem definidas em suas características narrativas e que se concentram na vida de suas personagens.



    Narrativa Clássica

    Uma das características dos filmes de Griffith é a narrativa clássica, que é um modelo linear de decodificação simples. São histórias com começo, meio e fim, desenvolvidas de modo sequencial, a partir de um ponto de vista, seguindo um fio condutor único. Dentro da narrativa clássica é fundamental haver um motivo para que uma sequência seja montada, além de precisar ter coerência entre som, imagem e o texto.

    Griffith 



    O cineasta foi introdutor de inovações profundas do "como fazer" do cinema. É considerado o criador da linguagem cinematográfica e, por muitos, como visionário do cinema, ficando conhecido pelas polêmicas em que se envolveu, principalmente a nível político. Além disso, foi o primeiro a utilizar dramaticamente o close, a montagem paralela, o suspense e os movimentos da câmera.



    Ficha Técnica Completa

    Título original: L'Assassinat du Duc de Guise
    Ano de produção: 1908
    Dirigido por: André Calmettes; Charles La Bargy
    Duração: 15 minutos
    Gênero: drama; história
    Pais de origem: França

    Sinopse

    O rei Henrique III manda eliminar o duque de Guise, seu rival, apesar das advertências apaixonadas da Marquesa de Noimoutiers

    Inovações técnicas 

    O primeiro a ter uma música erudita composta especialmente para ele. Baseado em fatos reais.

    Referências:

    Filmow - 18.08
    Cinema e narrativas: uma incursão em duas características clássicas e modernas. Comunicação e Cultura - UCS. Jan/Jun 2009
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