segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Realidade, Ação!

segunda-feira, 1 de setembro de 2014 - by Vírgula 0

A dor e a delicia dos filmes biográficos.

                Um filme biográfico é um filme que dramatiza a vida de uma personalidade ou pessoa real. Este gênero é fiel aos acontecimentos em todos os aspectos, ou seja, desde características temporais até traços físicos são minuciosamente analisados para que a imitação da realidade possa ser a mais perfeita possível. O olhar desse tipo de produção difere da proposta que procura basear-se em fatos reais. Este último inspira-se em traços marcantes da vida ou do legado do personagem em questão.
                Cada gênero possui seu público e seu espaço, mas são facilmente confundidos. O cineasta Rafael Alves, sócio da 2c Filmes, produtora localizada em Curitiba, afirma que a construção de um filme biográfico requer muitos investimentos, diferente de uma produção que é apenas baseada em fatos reais. “Quando o filme é biográfico, o cuidado e a atenção precisam ser redobrados, ainda mais se ele trata de uma pessoa muito conhecida. Diferente do filme que é apenas um recorte da realidade, esse garante uma liberdade artística muito maior ao diretor”, esclarece Alves.
                Os detalhes fazem toda diferença. A maquiadora, Lis Acácia, participou da produção de um curta metragem independente que retratava a vida e obra do artista plástico Poty Lazarroto. “Todo personagem foi maquiado mais de uma vez, e mesmo assim os produtores insistiam em mudar algumas características, em adicionar pelo sintético, em deixar uma área do rosto mais escura, outra mais clara, foi perfeccionismo levado ao extremo,” relata Acácia.

A biografia de Hannah Arendt não atraiu grande público

 O diretor e roterista Fernando Severo, conta que o mercardo dos filmes biográficos sempre tem uma procura, pois sempre que você biografa alguém é porque essa pessoa tem alguma importância histórica ou social. “Isso sempre atrai núcleos de espectadores prontos para ir atrás desse tipo de entretenimento. Sempre tem um nicho de mercado, ou seja, sempre vão existir pessoas que irão comprar esse tipo de filme, independente da situação”, afirma Severo. “O interesse do publico pelo personagem biografado é que o atrai ao cinema, ou não. Como por exemplo, o filme de Hannah Arendt, uma filósofa alemã, pouco conhecida do grande público, não foi um sucesso de bilhateria, já Getúlio, muito popular no Brasil, está sendo”, completa.


Tony Ramos interpreta Getúlio Vargas no filme "Getúlio"


Além disso, as dificuldades em manter a proximidade com as características reais depende muito da complexidade da vida do biografado. “Você pode fazer sobre uma pessoa que morou em um ambiente simples, o que torna a aproximação mais fácil, já os filmes que envolvem fatos históricos são mais complicados. As reconstituições de época são difíceis e bem caras dentro do cinema.”

                Como podemos ver, os filmes biográficos ou inspirados em fatos reais exigem um custo alto na área cinematográfica, principalmente os filmes que precisam de reconstituição de época, entretanto, filmes desse gênero sempre tem alcance de bilheteria, pois existe um público que está interessado nesse estilo. Em contrapartida, Fernando Severo explica que alguns filmes distorcem bastante a realidade, até por preferência dos familiares e do próprio biografado, para que dessa forma, seja criado uma visão mais idealizada da própria história.


Confira aqui o trailer de Getúlio,  última produção biográfica do Brasil.

Produção: Agência Vírgula
Texto: Fernanda Novaes e Renata Nicolli
Revisão: Ana Beatriz Villas Bôas
Imagens: Reprodução
           
Imagens: Reprodução

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